Distorções Cognitivas


Hum… Como estão as lentes do seu óculos mental?


Você sabia que os nossos pensamentos estão ligados às nossas emoções e comportamentos?
Existem duas categorias de pensamento: REFLEXIVOS E AUTOMÁTICOS.


Os pensamentos reflexivos são mais lentos e você precisa fazer um esforço mental.
Os pensamentos automáticos são rápidos! Surgem de repente, de acordo com cada situação que você vivencia.


Os pensamentos automáticos tem chance maior de apresentar ERROS de lógica, pois estão associados a um raciocínio superficial!
Quando os PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS apresentam ERROS, eles são chamados de DISFUNCIONAIS.
Os PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS DISFUNCIONAIS são processados por Distorções Cognitivas de lógica, e geram sofrimento emocional ou prejuízo comportamental.
Veja abaixo algumas DISTORÇÕES COGNITIVAS:
1. Pensamento tudo ou nada: é a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto/branco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, absoluta segurança.perigo total). Exemplo: “Uma sensação imprevista do meu corpo significa um sinal de perigo iminente”, ou “Se eu não me sair sempre bem (no trabalho ou em outra situação), isto significa que sou um fracasso”.
2. Filtro mental: é uma propensão a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Ex.: “Sou impotente” (após uma falha erétil).
3. Pular para conclusões: é a inclinação para chegar a uma conclusão (ou regra) na ausência de provas suficientes, ou por meio de um raciocínio lógico falho. Ex.: “Não sou atraente para as mulheres” (depois de algumas tentativas de sedução infrutíferas).
4. Supergeneralização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Ex.: “Se eu senti medo aqui, vou sentir medo sempre”; ou “Tudo sempre dá errado para mim” (depois de bater com o carro).
5. Desqualificação do positivo: é uma propensão a rejeitar experiências ou fatos positivos ao insistir que “não contam”, por qualquer motivo. Ex.: “Sou burra e doente” (mesmo tendo passado em dois vestibulares); ou “Não perdi o controle ainda” (desconsiderando que nunca aconteceu nada deste tipo durante inúmeros ataques de pânico).
6. Adivinhação: é a inclinação para antecipar conclusões sem base para essa afirmação. Ex.: “As coisas vão dar errado”; “Eu sei que vou ser rejeitada”.
7. Raciocínio emocional: É a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma “verdade”. Ex.: “Se sinto medo, é porque esta situação é perigosa”; “Se amanheci triste, é porque vou ficar deprimido”.
8. Rotulação: diz respeito a descrever erros ou medos como se fossem características estáveis do comportamento, criando rótulos pessoais. E.: “Eu sou um fracasso”; ou “Eu não faço nada certo” (ao invés de “Eu falhei nisto”).
9. Tirania dos “deverias”: significa dirigir a própria vida em termos de “deveria” e “não deveria”, de “certo” ou “errado”, ao invés de dirigi-la a partir dos próprios desejos. Ex.: “Eu deveria estudar mais’ em vez de ‘Eu quero ou eu não quero estudar mais”.
10. Personalização: é a propensão para se ver como causador de fator ruins, sem o ser de fato. Ex.: “Se algo de ruim acontecer ao meu casamento, a culpa é toda minha”.
11. Leitura mental: diz respeito a antecipar negativamente o que as pessoas vão pensar sobre você sem ter provas disto. Ex.: “Se eu entrar em pânico aqui, todos irão achar que eu sou maluco”.
12. Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade e a magnitude dos efeitos de uma situação antecipada, ou seja, significa pensar em coisas terríveis acontecendo sem dados suficientes para isto. Exemplo: “Meu filho deve ter sido sequestrado” (ao verificar que o filho de 20 anos não está na cama às 4h da madrugada); ou “Posso ter um ataque cardíaco” (ao sentir o coração acelerado).

No próximo post você encontrá dicas sobre como lidar com esses pensamentos automáticos!

RANGÉ, B., BORBA, A. Vencendo o pânico: terapia integrativa para quem sofre e para quem trata o Transtorno de Pânico e a Agorafobia. Rio de Janeiro: Cognitiva, 2008.

Deixe um comentário